Facebook, o destruidor de casamentos
Relacionamentos
são complicados e curiosos (e, às vezes, estressantes para quem está neles).
Dependendo do clima e do ânimo do casal para brigar, qualquer motivo, por mais
ínfimo que seja, vira um problemão de proporções homéricas, e haja papo,
gritaria e pratos voando para colocar tudo nos eixos.
A
Internet meio que potencializou as brigas entre casais conectados. Não é raro
ouvir histórias medonhas de namoradas que ficam futricando o orkut do amado (sem trocadilhos, por favor),
ou de recados bobos que causam separações. Existem muitos casos do tipo por aí,
e quando digo “por aí”, me refiro ao mundo todo. Muda a ferramenta (orkut, Facebook,
etc.), mas o “crime”, se é que pode ser assim considerado, se perpetua.
O Telegraph soltou uma matéria
a respeito do assunto. O site britânico consultou uma firma
especializada em divórcios, e de lá veio uma número espantoso: um
em cada cinco divórcios são
motivados por atividades suspeitas, entendidas no contexto como traição, de um
dos cônjuges em redes sociais. A taxa de amostragem é baixa, o número não deve
ser considerado exatamente preciso, mas a tendência é real e presente.
Mas o
que pode ou deve ser considerado traição em âmbito virtual? Aquela velha
questão retorna: sexo virtual no SecondLife equivale a sexo na vida real?
Flertar com alguém no bate-papo UOL equivale a sair para a balada e flertar com
alguém ao vivo? A dificuldade em definir, em determinar essas equivalências é
diametralmente proporcional à complexidade das emoçoes humanas. Pesquisando
superficialmente, é possível encontrar quem simplesmente não ligue para o que o
cônjuge faz na Internet, seja libidinoso ou não, bem como quem não tolere
sequer conversas com amigas conhecidas e sem nenhuma malícia.
Afinal,
a Internet é meio (de traição) ou fim (onde a coisa se consolida)? Ou não é
nada disso? Particularmente, acho que varia de casal para casal. Se a vontade
de trair existe, a traição acontecerá de uma maneira ou de outra, seja na
Internet, seja no mundo real. A Internet não tem nada novo, é apenas o que
temos de humanidade transformado em bits. Invista mais
em construir uma relação saudável e pautada na confiança, do que em perder
tempo espionando quem deveria estar acima de qualquer suspeita…
Blogger,
bacharel em Direito e acadêmico de Sistemas de Informação.
Mais textos de Rodrigo Ghedin | Site | Twitter